RECONHECIMENTO DO TURISMO RELIGIOSO NO PENT

 

A Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT) congratula-se com a última revisão do PENT e com o facto de o Turismo Religioso ser considerado como um produto estratégico, como foi hoje noticiado, no contexto da aprovação, em Conselho de Ministros, do Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT). Recordamos que esta consideração do Turismo Religioso havia sido uma das indicações dadas pela ONPT, aquando da sua primeira reunião com o Turismo de Portugal, logo após o seu início de atividade, em Julho do ano passado. Atitude que seria secundada pelas observações enviadas à mesma entidade governamental, no período de discussão pública do Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), no início deste ano.

A ONPT reconhece ainda o precioso contributo de todos quantos se manifestaram no sentido de se rever, no âmbito da revisão do PENT, a posição do Turismo Religioso, de entre os quais se destacam o «Projeto de Resolução» dos grupos parlamentares que apoiam a maioria governativa e as intervenções de alguns deputados das demais forças partidárias. Sinal do inequívoco reconhecimento da importância do Turismo Religioso, no âmbito da estratégia de dinamização turística para Portugal. Atente-se, de resto, que esta opção está em linha com a ação de algumas Regiões de Turismo, que têm investido já no Turismo Religioso como «produto estratégico» para o desenvolvimento das suas respetivas regiões.

A afirmação do Turismo Religioso como «produto estratégico», em Portugal, constitui o reconhecimento de vários fatores que integram este «produto»: a diversidade do património cultural religioso, material e imaterial, cuja importância é evidente no âmbito da nossa identidade portuguesa, evidente na sua expressão quantitativa e qualitativa; o reconhecimento da importância das peregrinações, num país rico de santuários, cuja visibilidade maior, pela sua natureza e movimento registado, é o Santuário de Fátima; e a diversificação de ofertas turísticas, que contemplam outros interesses por parte dos visitantes, como são a sua expressão de fé, seja ela a razão exclusiva para a sua visita a Portugal, ou de deslocação no interior do País, enquanto procura dos centros de peregrinação ou de vivência espiritual, ou vivida em simultâneo com outras atividades de caráter lúdico, recreativo, ou cultural. Reconhecimento a que acresce, ainda, a possibilidade de uma exposição mais criteriosa do património religioso, por parte de quem o procura na perspetiva do seu enriquecimento cultural.

Consciente das múltiplas possibilidades oferecidas pelo património cultural religioso, material e imaterial, bem como pelos centros de peregrinação, a ONPT considera que urge, por parte da Igreja, continuar um trabalho absolutamente necessário de disponibilização qualitativa do seu património aos turistas que nos visitam. Espera, igualmente, contar com a colaboração do Turismo de Portugal, e respetivas entidades regionais, no sentido de desenvolver este potencial turístico, permitindo aos turistas um usufruto qualitativo do património a visitar.

A ONPT disponibiliza-se, contando com o empenhamento dos respetivos serviços diocesanos, para uma mais estreita colaboração com todas os intervenientes na ação turística, a bem do desenvolvimento do turismo em Portugal, da afirmação da nossa identidade portuguesa, eminentemente cristã, ainda que com marcas evidentes de outras religiões irmãs, que muito beneficiarão também deste reconhecimento, no intuito de promovermos um turismo de qualidade que sirva sempre a pessoa de quem nos visita – tarefa primeira que nos move e que será fonte de todos dos demais proveitos.

 

Pe. Carlos Alberto da Graça Godinho

Diretor da ONPT

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